As políticas educacionais para surdos e suas práticas pedagógicas no que se refere ao ensino de língua portuguesa apresentam um grande descompasso. Temos trabalhado com a orientação de professores, cursos de capacitação e consultorias à instituições que buscam um aprimoramento no ensino de português como segunda língua para surdos.
A política nacional, mais precisamente o decreto 5626/2005 orienta em seu 14º artigo que As instituições de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior; sendo previsto o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas.
Todavia a realidade da educação brasileira e os surdos inseridos nas escolas regulares diante de uma política paralela que impõe uma educação inclusiva ocasiona a falta de capacitação suficientes para os professores tanto de escolas regulares quanto os que atuam na educação especial.
A realidade é cruel aos surdos, temos em sala de aula professores ouvintes que desconhecem a língua de sinais e trabalham com salas mistas (surdos e ouvintes), que desconhecem métodos específicos que ajudariam os surdos a alcançar a proficiência em português por escrito e ainda carregam a concepção que a oralidade é essencial para o ensino da escrita; espaços educacionais que não oferecem o suporte da educação especial, como: intérprete de língua de sinais ou sala de recurso para complementação pedagógica (libras e português), não podendo ser denominados, a meu ver, de escolas inclusivas. Entretanto, a política diz que é, ou melhor, que deveria ser.
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