Muitas escolas inclusivas já tem a noção de que o português é uma segunda língua para surdos, mas não sabem como fazer para ensiná-los a ler e escrever sem tomar como base a oralidade ou o princípio do som, como fazem as crianças ouvintes.
Percebemos que o fracasso escolar do aluno surdo muitas vezes está na forma como é conduzida a aprendizagem da leitura e escrita da Língua Portuguesa, considerando a prática pedagógica inadequada.
Percebemos que o fracasso escolar do aluno surdo muitas vezes está na forma como é conduzida a aprendizagem da leitura e escrita da Língua Portuguesa, considerando a prática pedagógica inadequada.
O aluno está lá, não é proporcionado o ensino como segunda língua, mas ao final o aluno precisa ser avaliado. Geralmente suas respostas não correspondem as expectativas para o nível de escolaridade que está inserido. O que a escola deve fazer? Como avaliar esse aluno?
O decreto 5626/2005 considera que o aluno com surdez tem direito a uma avaliação diferenciada. Apresenta em seu texto o seguinte:
VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa;
VII - desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras, desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos;
§ 3o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.
Consideramos que as medidas de avaliação de certa forma contribuem para que o surdo não seja punido por não saber ler e escrever como um ouvinte. Mas, a escola deve traçar objetivos para cada aluno. Até quando vai aceitar que um aluno surdo no ensino médio não saiba flexionar um verbo, não saiba construir uma sentença fazendo uso de preposição? É também muito injusto continuar considerando que qualquer produção vinda de um aluno surdo seja aceitável.
Vejamos a produção escrita de um aluno surdo do 5º ano do ensino fundamental. Nessa produção aparece o verbo irregular ter com a concordância adequada e dinâmica e expressões linguísticas usadas em um diálogo. Fica evidente algumas influência da Língua de sinais.
clique na imagem para ampliar
A escola deve definir quais são as estruturas, o vocabulário ensinado e que devem aparecer na produção dos alunos. Uma reflexão e definição dos critérios de avaliação se fazem fundamental em uma educação consciente, sem deixar de considerar que o português é uma segunda língua.
5 comentários:
Isso mesmo, está na hora da sociedade perceber o que os surdos realmente querem, o direito à educação em Língua de Sinais.
Os surdos não são analfabetos, são usuários da língua visual. A língua portuguesa é a língua própria dos ouvintes e o ensino desta para surdos requer metodologia diferenciada e claro, avaliação diferenciada!O que falta é a sociedade ser informada de forma crítica sobre o direitos dos surdos, questão de direitos humanos.
Muito bom o seu blog, parabéns!
(Trabalho de voluntária na Associação de Surdos da Grande Florianópolis-ASGF.
Acesse nosso site: www.asgfsurdos.org.br
Obrigada!Cristiana Erthal
Fico feliz de encontrar blog sobre a educação de surdos, além do mais em relacão a LP2, adorei, estou linkando vc lá no meu blog, faça-me uma visitinha
Me sinto contente por encontrar este blog pois trabalho numa turma com 25 alunos sendo que 1 é DA, e muitas das vezes me sinto impotente frente as barreira encontrada para avaliar o meu aluno, visto que a estrutura burocratica, ainda requer uma avaliação com notas
fico feliz por encontrar esse blog é simplismente fantastico.
Se a população brasilira tivesse interesse de buscar respostas para as dificuldades do proximo, acredito que parte dos problemas seriam resolvidos!
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