Há recentes discussões de que a Língua Portuguesa escrita deva ser ensina aos surdos como segunda língua, já que não ouvem a língua usada no país e como falantes da Libras seria impossível a aprendizagem da escrita como língua materna.
“Quando a criança é exposta a sua L1, a aquisição ocorre espontaneamente e de forma natural. Diferente disso, a aquisição de L2 ocorre em um ambiente artificial e de forma sistemática, observando metodologia de ensino”. (QUADROS, 1997, p. 83)
O que se tem feito diante desse quadro, é ser mais brando na avaliação. Assim de forma paliativa o Mec orienta a necessidade que os critérios para avaliação devam ser diferenciados para alunos surdos. Por meio do Aviso Circular 277/94 e Portaria nº. 1679/99, sugere a necessidade de se considerar na língua portuguesa, o conteúdo em detrimento da forma.
“Nada muda se os problemas são atribuídos à surdez, sem que a educação e as práticas pedagógicas se tornem objeto de dúvida.” (BOTELHO, 2002, p. 60) Conforme Fernandes (2002, p. 48) deveria se pensar em “viabilizar recursos de ensino/aprendizagem que viabilizem memória e pensamento especificamente visuais atende diretamente ao espaço lógico, natural ao indivíduo surdo”.
Embora não tenhamos suficientemente registradas as regras gramaticais da língua de sinais brasileira. A literatura aponta que a produção escrita de surdos sofre interferências da Língua de Sinais (FERNANDES, 2002, QUADROS e SHMIEDT, 2006) E alguns lingüistas sugerem que se o professor trabalhe com a abordagem metalingüística e análise contrastiva (QUADROS, 1997)
Uma condição, talvez a essencial, que determine a o elo intermediário das palavras seria a Língua de Sinais, assim a escrita seria aprendida de forma consciente, mas principalmente pela análise contrastiva das duas línguas, com metodologia de segunda língua. Conforme Grannier (2002) seria o ensino do português-por-escrito como uma língua instrumental, podendo ser usado os estudos da Lingüística Aplicada ao ensino de Línguas, o conhecimento de uma primeira língua é condição essencial para aprender uma nova língua.
Para se desenvolver uma diretriz para o ensino de português para surdos, deve-se fazer a avaliação das necessidades e traçar um programa de ensino, deve-se voltar para o desenvolvimento de um currículo apropriado, deve-se fazer uso dos conhecimentos obtidos com as pesquisas da lingüística aplicada, fazer opção por uma abordagem, métodos e escolher o grupo de estratégias de ensino mais eficaz para determinado grupo de alunos.
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