Pesquisas que tomaram como ponto de análise a escrita de surdos revelam que a produção dessas pessoas, privadas da audição e usuárias de Libras, se assemelha a escrita de estrangeiros, ou seja, de falantes de outra língua que aprendem o português como segunda língua.
Na sintática os alunos apresentam dificuldades na estruturação da sentença, geralmente eles entendem o que os outros escrevem, porém não conseguem formular orações adequadas, devido as dificuldades morfológicas e sintáticas, como: concordância verbal e nominal. Difícil é o emprego dos tempos verbais no perfeito e no imperfeito, do subjuntivo; das preposições e dos pronomes oblíquos.
Com a educação bilingue e o reconhecimento da lingua de sinais como primeira lingua dos surdos vemos reforçada essa concepção de que o português é uma segunda lingua para eles.
As diretrizes do MEC (2002) indicam que o ensino de português para surdos deva assumir metodologias de segunda língua.
Diante dessa orientação partimos para a pesquisa sobre esses métodos de ensino e sobre materiais didáticos de português para estrangeiros.
Descobrimos que a Universidade de Brasília é a pioneira no Brasil na aplicação de cursos de Português para estrangeiros.
Com relação ao material didático cada instituição utiliza o que melhor lhes convêm. Por exemplo a Universidade de Brasília utiliza os materiais elaborados pela professora Percilia Santos, e também os livros "Tudo Bem" de Ramalhete (1984), "Curso Ático de Português" de Silva Gomes (1987), "Falando ... lendo...e escrevendo português: um curso para estrangeiros", de Lima e Lumes (1981). (Cunha & Santos, 1999:18-19)
Nas Livrarias é possível encontrarmos outros títulos destinados ao ensino do português para estrangeiros com o "Fala Brasil" de Coudry e Fondão (1991) e "Bem Vindo" de Maria Harumi Otuki de Ponce, Silvia R. B. Andrade Burin e Susanna Flarissi. (2000), entre outros.
Acredito que estamos no caminho certo...
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